domingo, 22 de junho de 2008

Um teatro que é Mágico.


Cidadão de papelão
O Teatro Mágico
Composição: Fernando Anitelli/Maíra Viana


O cara que catava papelão pediu

Um pingado quente, em maus lençóis, nem voz

Nem terno, nem tampouco ternura

À margem de toda rua, sem identificação, sei não

Um homem de pedra, de pó, de pé no chão

De pé na cova, sem vocação, sem convicção


À margem de toda candura

À margem de toda candura

À margem de toda candura


Um cara, um papo, um sopapo, um papelão


Cria a dor, cria e atura

Cria a dor, cria e atura

Cria a dor, cria e atura


O cara que catava papelão pediu

Um pingado quente, em maus lençóis, à sós

Nem farda, sem tampouco fartura

Sem papel, sem assinatura

Se reciclando vai, se vai


À margem de toda candura

À margem de toda candura


Homem de pedra, de pó, de pé no chão


Não habita, se habitua

Não habita, se habitua


Tão Lindo.

Existem coisas que passam e se formam lindas, outras, se formam tão erradas que nem conseguiria descrever.
A gente tem mania de achar que tudo se resumi a satisfação própria, imunidade a coisas desagradáveis.
Tudo é tão distante, é tão doferente do que realmente achamos que as coisas são.
Se fantasiar é uma maneira de fugir, de fingir ser importante, ou não.
Se fantasiar é uma maneira de falsificar uma vergonha, não abalar o abalável.

Sentir que estou feliz se tornou luxo, todos veêm a tal da vida como um jogo, onde arriscar é possível, mas deve-se ter cautela, afinal, seu adversário também quer ganhar, também quer se sobressair perante todos.

As pessoas esquecem a beleza da natureza, a perfeição da lua, as nuvens no céu e passam a se preocupar somente com as notas de papel que valem alguma coisa na praça.

O tempo passa e notamos que nada foi feito, que nem tudo que parecia bom era realmente bom.

Se estou certa?
Realmente não sei, só sei que é assim que penso.

Viverei curtindo o hoje e sabendo valorizar o que há de lindo no mundo, não quero me preocupar com as futílidades, mas sim, deixá-las de lado.

Viverei me importando com o que realmente importa!